terça-feira, 26 de junho de 2007

Onde comer depois da balada?


Com o número de lanchonetes abertas durante a madrugada em ascensão, os baladeiros de Brasília têm lugar garantido para matar a fome e prolongar a festa

Seja para renovar as energias perdidas depois de horas dançando ou simplesmente para extender a farra, comer depois de alguma festa já virou praticamente regra para os baladeiros da cidade. Com o aumento de opções abertas durante a madrugada, achar um lugar aconchegante e movimentado para recarregar as energias já não é uma tarefa difícil.

Baladeiro assumido e fã de fast food, Felipe Monteiro, 24, afirma que sair para comer depois de alguma festa já virou uma espécie de ritual sagrado. "É impossível não comer alguma coisa depois de uma festa. Depois de dançar horas e horas, eu só penso em comer". O estudante relembra um episódio engraçado numa dessas comilanças noturnas: "Estávamos em quatro pessoas, eu, uma amiga e um casal de namorados. Entramos e sentamos em uma lanchonete famosa da cidade e como já eram quase 6h da manhã, os funcionários estavam limpando e fechando a loja. Eles praticamente nos expulsaram jogando água. Pensei até em processar a lanchonete, mas como já era tarde demais, percebi que éramos nós os errados da história", contou.

Já o jornalista Emanuel Santos, 25 prefere dar prioridade para a bebida, mas se consegue economizar algum dinheiro depois da farra noturna, sempre dá uma passada em algum point da cidade para matar a fome. "Se sobrar uma grana depois de ter gasto tanto com bebidas durante uma festa, eu não penso duas vezes em comer". Emanuel destaca ainda os lugares mais freqüentados no Plano Piloto pelos jovens brasilienses. "Percebo que a maioria das pessoas, assim como eu, prefere o Giraffas, porque eles têm mais opções de lanche, mas se estiver fechado, corro direto para o Cachorro Quente do Chico, na 109 Sul".

Ao perceberem que a procura por locais abertos durante a madrugada cresceu, algumas lanchonetes da cidade adaptaram seus horários aos dos famintos noturnos. É o caso do Giraffas, na 210 Sul, que a pouco mais de um ano, passou a funcionar das 11h às 6h. Com mudança no horário de funcionamento das lanchonetes, não são somente os baladeiros da cidade que ganham ao poderem prolongar a balada, mas principalmente os comerciantes.

O supervisor da lanchonete Marvin, da 103 Sul, João Soares destaca que o faturamento do estabelecimento aumentou consideravelmente depois que a loja mudou o horário de atendimento. "Agora, funcionamos até o último cliente, que chega por volta das 4h da manhã. De madrugada a loja fica mais movimentada, geralmente uma turma chama a outra e assim tanto o número de freqüentadores como o lucro aumentou”, afirmou.

Miquéias, o point de Taguá

Bastante conhecido em Taguatinga, um dos locais mais badalados durante a madrugada é o Hot Dog do Miquéias, localizado no centro, logo na entrada da cidade. A história do point mais movimentado da cidade começou por acaso, há 12 anos, quando em busca de uma renda extra, Miquéias Fraga, 32, resolveu comprar um carrinho de cachorro quente.

No início, Miquéias trabalhava sozinho e atendia a poucos clientes. Com o aumento da popularidade, o local foi crescendo e hoje virou um amplo quiosque fixo, que funciona 24 horas por dia, emprega 15 atendentes e chega a atender cerca de mil pessoas nas noites de sextas e sábados, dias de maior movimento.

O sucesso do negócio é tão grande que recentemente, o proprietário implantou o sistema de entrega em casa. “Como o movimento aqui já é grande, senti a necessidade de alcançar também aquele cliente que não quer sair de casa”, disse Miquéias.

Se engana quem pensa que o Hot Dog do Miquéias atende somente aos baladeiros de plantão. Ainda de acordo com Miquéias, o local recebe a vários públicos diferentes. “Aqui existem todo tipo de clientes, desde a família que procura um lanche diferente até os casais mais velhos. Mas a unanimidade aqui são os jovens, que estão sempre indo ou vindo de alguma balada”, finalizou.

O casal de namorados Rodrigo Almeida, 24 e Alessandra Souza, 18 são freqüentadores assíduos do Hot Dog do Miquéias não somente nos fins de semana, mas principalmente durante os dias de trabalho. “Vejo que o local já virou tradição aqui em Taguatinga. Mesmo morando em Ceilândia, costumo vir aqui pelo menos cinco vezes por semana, sempre depois do trabalho e é claro, antes e depois de alguma festa, para recuperar as energias”, afirmou o publicitário Rodrigo.

A qualidade e o preço dos sanduíches são apenas alguns dos fatores que levam as pessoas a procurarem o local. Um exemplo é o do estudante Alan Vicente, 17, que vai ao mesmo local com a namorada há quase dois anos. “Aqui tem o melhor cachorro quente da cidade e o melhor preço. Além disso, o local é bastante movimentado e tem muita gente conhecida. Aqui é o melhor point de encontro a cidade”, concluiu.

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